Eu ando e ando
em elipses
pagando a comanda
é um eclipse
mas não passa
a régua
e rechaça
a trégua
já não sei
se acelero
se espero...
Cascata abaixo
despenco
me esborracho
nas avencas
eu caio
chorando as memórias
visitando a história
de soslaio
eu rolo
como bola
na grama verde
em uma reide
entre setas
e insetos
inimigos
e sereno
eles vêm comigo
e o veneno
faz vergão n'alma
cumpre a missão
bate palma
faz furo
é pesado e duro
é campeche
se remexe
e sai fora da estrada
ou faz morada
então me volto
pra mim
e escolto
assim
todas as coisas boas
que longe voam.
As protejo
e daqui as vejo.
Eu tanto ando
tantos quilômetros
eu me lanço
é só pra ver
se outra vez
as alcanço.
quinta-feira, 22 de novembro de 2018
sexta-feira, 19 de outubro de 2018
Ôh, moça
Ôh, moça
vem cá
e vê se
me ouça
nesses versos
presos no anverso
do meu eu
soltos no ar
teleguiados
a procurar
o peito teu
querem te dizer
que o céu
ainda é nosso
sempre foi
e eu me esforço
e sempre vou
pra que tu saiba
que te amo tanto
pra que eu caiba
em qualquer canto
do teu coração
quero outro ano novo
quero de novo
colocar sorrisos
no teu lindo rosto
que dá gosto
e passar os dedos
pela pinta
na tua bochecha
ah, pinta
outra vez
como pode
o meu bigode
com teu batom
(mas que batom?)
quero merecer
teu carinho
e outro amanhecer
no nosso caminho.
Ôh, moça
me ouça
eu quero é te mostrar
que o meu caminhar
só quer teus passos
dividindo o espaço
na mesma calçada
em revoada
ao nosso ninho
nós, passarinho.
Moça, por favor
ouça, meu amor
quero a nossa vida
com passagem
só de ida
pra viagem
do hoje-amanhã
de felicidade
até a terceira idade
e te ver dormindo
em todas as manhãs
a coisa mais linda
desse mundo
fico mudo
acarinhando, me rindo.
Moça, meu amor
me ouça, por favor
eu quero lá em casa
pendurar uns verdes
e uma foto da gente
naquela parede
umas coleções
umas emoções
pra chamar de nossas
pra dançar a bossa
pra sambar a dois
e se amar depois.
O que eu quero,
moça
me ouça
se tu quer saber
é tu
pra mim
assim
do jeitinho
que só tu
sabe ser.
vem cá
e vê se
me ouça
nesses versos
presos no anverso
do meu eu
soltos no ar
teleguiados
a procurar
o peito teu
querem te dizer
que o céu
ainda é nosso
sempre foi
e eu me esforço
e sempre vou
pra que tu saiba
que te amo tanto
pra que eu caiba
em qualquer canto
do teu coração
quero outro ano novo
quero de novo
colocar sorrisos
no teu lindo rosto
que dá gosto
e passar os dedos
pela pinta
na tua bochecha
ah, pinta
outra vez
como pode
o meu bigode
com teu batom
(mas que batom?)
quero merecer
teu carinho
e outro amanhecer
no nosso caminho.
Ôh, moça
me ouça
eu quero é te mostrar
que o meu caminhar
só quer teus passos
dividindo o espaço
na mesma calçada
em revoada
ao nosso ninho
nós, passarinho.
Moça, por favor
ouça, meu amor
quero a nossa vida
com passagem
só de ida
pra viagem
do hoje-amanhã
de felicidade
até a terceira idade
e te ver dormindo
em todas as manhãs
a coisa mais linda
desse mundo
fico mudo
acarinhando, me rindo.
Moça, meu amor
me ouça, por favor
eu quero lá em casa
pendurar uns verdes
e uma foto da gente
naquela parede
umas coleções
umas emoções
pra chamar de nossas
pra dançar a bossa
pra sambar a dois
e se amar depois.
O que eu quero,
moça
me ouça
se tu quer saber
é tu
pra mim
assim
do jeitinho
que só tu
sabe ser.
sábado, 22 de setembro de 2018
4h54
Saudade tua
me invade à lua
do teu carinho
teu aninho
do meu peito
teu ninho
do breu
nem tão breu
nem tão meu
nem tão teu
é céu vão
de estrelas
explosão
de centelhas
sem a manta
azul escura
de tantos
entrecochados
de pernas
e braços
e ternos
abraços
sem cura
sem teu calor
devagar
com o andor
que meu amor
é do teu ar
é tua pinta
pontuando
meu olhar
acentuando
o tear
das linhas
escritas minhas
e tuas curvas
nuas, turvas
da vista embaçada
de suor
dos óculos
largados
do calor
desfoco
despreocupado
do teu corpo
no meu
que é teu
barroca
dança
que me mata
chibata
alcança
a falta
que tu
morena
me faz
noite
e dia
e jaz
meu sono
e despertar
morte
e vida
se é que eu posso
engolir o caroço
da fruta estragada
que deixei, mofada
e de vida
esse viver
descabido
chamar.
me invade à lua
do teu carinho
teu aninho
do meu peito
teu ninho
do breu
nem tão breu
nem tão meu
nem tão teu
é céu vão
de estrelas
explosão
de centelhas
sem a manta
azul escura
de tantos
entrecochados
de pernas
e braços
e ternos
abraços
sem cura
sem teu calor
devagar
com o andor
que meu amor
é do teu ar
é tua pinta
pontuando
meu olhar
acentuando
o tear
das linhas
escritas minhas
e tuas curvas
nuas, turvas
da vista embaçada
de suor
dos óculos
largados
do calor
desfoco
despreocupado
do teu corpo
no meu
que é teu
barroca
dança
que me mata
chibata
alcança
a falta
que tu
morena
me faz
noite
e dia
e jaz
meu sono
e despertar
morte
e vida
se é que eu posso
engolir o caroço
da fruta estragada
que deixei, mofada
e de vida
esse viver
descabido
chamar.
sexta-feira, 21 de setembro de 2018
Raindrops
Chuva, chove
musica meu pranto
inquieta, me move
aquieta meu canto
acalanto
em desencanto.
Chuva, acalma
que nada
lava a minh'alma
me desaba
que eu sou casa
pré-fabricada
na beirada
do barranco
em preto e branco
esperando o sopro
da natureza
me fazer escopo
de toda a dureza
necessária ou não
represália do cão...
Vem, chuva
me leva
me dá teu voto
de minerva
e me apaga de vez
que eu sou sol rabiscado
naquela calçada
da sete dois
faz isso agora
sem demora
e me (dis)seca depois.
sexta-feira, 14 de setembro de 2018
Tenta
Já não aguento
teus olhos baixos
molhados
sofridos
pelados
de brilho
ainda tento
ao menos acho
que indico o caminho
pra ti
minha querida
tanto nos levou
nos teus braços
no teu colo
me abraça
te imploro
eres un niño
mi cariño
que miedo tengo
meu dengo
de perderte
y solo verte
en mis sueños
serian muy buenos
pero no quiero
nunca
que te vas
jamás
aunque sí
yo sé
que tu hora
llegará
sin embargo
no ahora
y en verdad
nadie sabe
mirando de lejos
lo que pasa
en tu cabeza,
mi amor
en tu corazón
nadie nadie
ni nosotros
tan cerca
não perca
a esperança
nessas andanças
não tropeça
na estante
te peço
nesse instante
não caia
na laia
do meio copo
de veneno
e nem te condeno
porque eu, topo
mas tenta
não cair
pra não mais levantar
tenta
não sair
pra não mais voltar.
teus olhos baixos
molhados
sofridos
pelados
de brilho
ainda tento
ao menos acho
que indico o caminho
pra ti
minha querida
tanto nos levou
nos teus braços
no teu colo
me abraça
te imploro
eres un niño
mi cariño
que miedo tengo
meu dengo
de perderte
y solo verte
en mis sueños
serian muy buenos
pero no quiero
nunca
que te vas
jamás
aunque sí
yo sé
que tu hora
llegará
sin embargo
no ahora
y en verdad
nadie sabe
mirando de lejos
lo que pasa
en tu cabeza,
mi amor
en tu corazón
nadie nadie
ni nosotros
tan cerca
não perca
a esperança
nessas andanças
não tropeça
na estante
te peço
nesse instante
não caia
na laia
do meio copo
de veneno
e nem te condeno
porque eu, topo
mas tenta
não cair
pra não mais levantar
tenta
não sair
pra não mais voltar.
Otra vez
Já não sei pr'onde corro
nem sei ajudar
se vivo ou se morro
ela segue a nadar
contra a maré
onde não dá pé
morre na praia
corre da raia
eu me anulo
erro o pulo
é só paulada
decisões erradas
dou de cara no muro
e em apuros
ela vive
é um cabide
de tristezas
desconhece a leveza
coitada
ficou parada
mientras la vida
se fue, pasó
ah, vida, jodida
nos enclaustró
en una sala
sin puerta
sin ventana
sin suelo
sin nada
ella está cansada
años y años
llorando
nem sei ajudar
se vivo ou se morro
ela segue a nadar
contra a maré
onde não dá pé
morre na praia
corre da raia
eu me anulo
erro o pulo
é só paulada
decisões erradas
dou de cara no muro
e em apuros
ela vive
é um cabide
de tristezas
desconhece a leveza
coitada
ficou parada
mientras la vida
se fue, pasó
ah, vida, jodida
nos enclaustró
en una sala
sin puerta
sin ventana
sin suelo
sin nada
ella está cansada
años y años
llorando
en el baño
murriendo
murriendo
poco a poco
y nosotros, locos
eu não aguento mais
eu fico pra trás
em cada página
desse maldito livro
eu me livro
de duas lágrimas
enquanto a cidade passa
pela janela
o olho embaça
e eu só penso nela
que a essa hora
dorme e acorda
roendo a corda
só quero ir embora
de uma vez
cheio dos talvez.
y nosotros, locos
eu não aguento mais
eu fico pra trás
em cada página
desse maldito livro
eu me livro
de duas lágrimas
enquanto a cidade passa
pela janela
o olho embaça
e eu só penso nela
que a essa hora
dorme e acorda
roendo a corda
só quero ir embora
de uma vez
cheio dos talvez.
quarta-feira, 22 de agosto de 2018
Trilhos
O amarelo da mesa
riscou todo
confundiu tudo
com o amarelo do riso
sem graça
da vergonha
que não passa
é uma engronha
foi tanto peso
na fala
na atitude
atirando as malas
daquela altitude
que racharam-se os trilhos
do trem da vida
joelho e milho
viagem sofrida
eu construí
com maestria
um percurso torto
atabalhoado
e chovia
na tarde morta
meus pés molhados
frios como pedra
trilharam
essa merda
e afundaram
pouco a pouco
no assoalho
movediço
daquele mesmo trem
de trilho estragado
no vagão de quem
com voz embargada
já nem sabe
o que diz
o que faz
pra onde vai
se é que vai
já nem cabe
por um triz
no que jaz
na própria existência
a cabeça pesando
a consciência
martelando
com berros
os erros
nada em comum
ziriguidum
do trôpego andar
perdido no espaço
no ar
em cima do laço
no desespero
tentando colar
com esmero
os trilhos rachados
manchucados
que um dia
me levaram pro altar.
riscou todo
confundiu tudo
com o amarelo do riso
sem graça
da vergonha
que não passa
é uma engronha
foi tanto peso
na fala
na atitude
atirando as malas
daquela altitude
que racharam-se os trilhos
do trem da vida
joelho e milho
viagem sofrida
eu construí
com maestria
um percurso torto
atabalhoado
e chovia
na tarde morta
meus pés molhados
frios como pedra
trilharam
essa merda
e afundaram
pouco a pouco
no assoalho
movediço
daquele mesmo trem
de trilho estragado
no vagão de quem
com voz embargada
já nem sabe
o que diz
o que faz
pra onde vai
se é que vai
já nem cabe
por um triz
no que jaz
na própria existência
a cabeça pesando
a consciência
martelando
com berros
os erros
nada em comum
ziriguidum
do trôpego andar
perdido no espaço
no ar
em cima do laço
no desespero
tentando colar
com esmero
os trilhos rachados
manchucados
que um dia
me levaram pro altar.
quinta-feira, 19 de julho de 2018
Vacina
Tomei a vacina
e estou gripado
dói a cabeça
dói o peito
é como na vida
a gente se vacina
contra tudo
que acha que pode
dar errado
e na inocência
procura um bode
expiatório
é aqui sim
o purgatório
a gente tenta
o tempo todo
não afundar
nesse monte de lodo
e se vacinar
(bah, me falta o ar)
mas corre perigo
de morte
de tentar a sorte
dar o tiro
e ele sair
pela culatra
e olha que eu miro
mas há sempre de vir
uma narrativa barata
mudando de rumo
saindo do prumo
sou eu próprio
solilóquio
cheio de dúvidas
com a testa úmida
ardendo em febre
delirando, suando
e comprando
gato por lebre
pensei tanto
pesei tanto
botei na balança
atirei a lança
pro destino
me achando um bom homem
que nada
uma porra de um menino
que quando todos somem
sente medo
estrala os dedos
um por um
ouve o zumzumzum
do mundo
espera uns minutos
e refaz o processo
eu já nem meço
as consequências
eu já nem peço
por consciência
mas confesso
queria saber
pelo menos por um dia
nessa passagem arredia
que diabos vou fazer.
e estou gripado
dói a cabeça
dói o peito
é como na vida
a gente se vacina
contra tudo
que acha que pode
dar errado
e na inocência
procura um bode
expiatório
é aqui sim
o purgatório
a gente tenta
o tempo todo
não afundar
nesse monte de lodo
e se vacinar
(bah, me falta o ar)
mas corre perigo
de morte
de tentar a sorte
dar o tiro
e ele sair
pela culatra
e olha que eu miro
mas há sempre de vir
uma narrativa barata
mudando de rumo
saindo do prumo
sou eu próprio
solilóquio
cheio de dúvidas
com a testa úmida
ardendo em febre
delirando, suando
e comprando
gato por lebre
pensei tanto
pesei tanto
botei na balança
atirei a lança
pro destino
me achando um bom homem
que nada
uma porra de um menino
que quando todos somem
sente medo
estrala os dedos
um por um
ouve o zumzumzum
do mundo
espera uns minutos
e refaz o processo
eu já nem meço
as consequências
eu já nem peço
por consciência
mas confesso
queria saber
pelo menos por um dia
nessa passagem arredia
que diabos vou fazer.
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